Poesia


TEMPLO

No interior da mata
A cantoria dos pássaros
O som forte da cachoeira
Anunciavam tua presença.
Inexplicável magia...
Imaginei-te naquele templo natural
Em que a presença de algo  Divino
Me permitiria falar de amor
 Sem que parecesse impossível.
Só o coração...a canção...a poesia.
Imaginei-te assim afim
de um amor divinamente eterno.

Sandra Moreira


Duplicidade

Se no momento lhe pareço
Frágil porcelana
Ou resistente fortaleza,
Não se espante
É só a menina,
Aprendiz de mulher
Ou talvez a mulher
Mantendo viva a menina
Se a minha necessidade
De acalanto
Quase beira a dependência
É a minha insanidade
Que a sensatez não esconde.
Sou eu nua a desfilar pela vida
Sua vida
Mas se depois de algum tempo
Ainda houver espanto,
Preciso que acredite:
Não há cura pra mim
Nesse mundo, ser frágil porcelana
É ter a resistência
De uma fortaleza
É ser inteiramente
Humana
E naturalmente
Mulher.

                          


Dribles

Meu amor que entre dois amores divaga
Distrai-se entre poesia e carinho
Não sabe meu benzinho o que deseja
Se a calma de um coração aquecido
Ou a canção que escuta ao longe e o chama...
Meu amoe é indefinível
E vive entre dribles
Porque desconhece a felicidade
De um amor inteiro.
                                Sandra Moreira



Caminhos

-Quem poderá tocar
A alma de uma mulher?
-Quem, do chão
Seus pés arrancarão?
-Quem conduzirá seu coração
À poesia do amor?
Quem conhecerá seus segredos
E a fará sentir o derradeiro amor?
-Quem poeta querido?
Essas indomáveis criaturas
Fazem do amor a razão de tudo
Colhem o néctar, a energia
De que necessitam pelos caminhos por onde passam.
São ciganas, mulheres fortes
Raramente descansam
Só sossegam diante da poesia
Então se desarmam
Abaixam a guarda
Entregam as armas e o coração
Curvam-se diante do amor.
Como podes ver, poeta querido
É preciso mais que um “bom papo”
Para tocar o coração de uma mulher
É preciso ter a alma poeta
E em algum momento
Estarem juntos num lago atirando pedrinhas...

                                            Sandra Moreira